Páginas

E eu te peço por favor que não vá embora...


Uma noite fria de inverno, o único som vinha do vento batendo forte contra as janelas. Se apertava contra ele para se proteger do frio, até que seus olhares se encontraram, fazendo milhões de pensamentos voarem desenfreados pela sua mente. Perguntava-se se com ele era assim também, se pensava nela da mesma forma em que ela pensava nele. Desejava ter o poder de ler tudo o que passava por sua cabeça – cada desejo, dúvida ou medo -, e ajudá-lo a realizar seus sonhos. Mas no fundo sabia que jamais aconteceria. Finais felizes não existem em conta de mais, mas sim de um só. Um solitário e perverso número um. A ela cabia apenas cruzar os dedos embaixo das cobertas e fazer preces todos os dias para ele não partir. Pediu em seus olhos uma súplica: E eu te peço por favor que não vá embora. Não ainda. Não quando cada célula do meu corpo depende inteiramente de você para funcionar direito. Há tanto para viver ainda. Há tantos sorrisos que quero dar ouvindo sua voz. Há tanto aperto no peito para sentir quando a saudade me toma por completo. Existem tantos abraços que desejo lhe dar e tantos carinhos que preciso receber para sentir que a vida vale a pena.
Como se soubesse de cada palavra dita por seu olhar, apertou-a com força contra seu peito, dissipando todo o seu medo e apagando qualquer rastro de dúvida que poderia existir. E mais uma vez, sentiu que seu lugar era ali, em seus braços.

Nenhum comentário:

Postar um comentário